Thursday, February 12, 2009

Encontrei a cota na discoteca


Fui a uma discoteca semana passada com duas amigas. A discoteca, de nome Moloko, está situada em Rosebank, na cidade de Johanesburgo. É uma discoteca fina, digo perfeita para o novo tipo de descriminação que paira em África nos dias que correm, a segregação financeira. É frequente la encontrar executivos, a maioria sendo a nova elite de raça nativa africana, recentemente promovida para fechar o coeficiente “racial de gini”, digo a diferença entre os nativos africanos e os caucasianos ... vocês entendem substituir uma elite com a outra, mas todos os outros la embaixo continuam na mesma (a assunção aqui é que todo caucasiano de classe alta é tirano mas o africano nativo rico não o é, irónico!!!)

Mas não é raça que pretendo abordar, mas sim género.

Não sou sociologo, como o professor Carlos Serra e demais colegas e conterrâneos nestas paradas internáuticas, e portanto não tentarei tecer conclusões cientificas do que vi e julguei. Mas sou observador atento (olhem há um observador atento “de nome” neste blog, não sou eu) e portanto descreverei o que vi, descobri, e que como cidadão comum conclui.

Era um dia (noite) especial, uma festa (noite) promovidada por uma televisão regional, a Channel O, e financiada pela Chivaz Regal um whisky de renome.

A discoteca estava abarrotada de gente, mas dois grupos alvos não me escaparam a atenção:
- A discoteca estava cheia de individuos provenientes da África Ocidental e Central, individuos estes de espessura corporal inflacionada relativo aos da África Austral e também distinguíveis pela acentuada tonalidade de sua pele (olha que esta na moda cá entre os homens), todos bem vestidos (jovial, casual, africano e moderno).

- O segundo grupo que se fazia sentir presente era o das madames, de idade compreendida entre os 39 e 50, todas claramente executivas, certamente com um BMW lá no parque (simbolo de felicidade para uns). Elas vinham ou sozinhas ou em grupo de amigas da mesma faixa etária.

Estas eram mulheres que apesar da sua idade ainda tinham o sangue a correr-lhes pelas veias, e com todo direito, e estavam aqui/lá para curtir a noite. Mas elas pareciam procurar algo mais do que alguns cocktails, uma boa música e a companhia das amigas ou não.

Eu aproximo-me ao bar e faço o meu pedido, e um dos tipos (individuos) certamente nos seus 27 anos aproxima-se da madame ao meu lado no bar e num grito ensurdecedor devido ao volume musical nessas paradas discotécais “Hi, are having a good time?” ... ela “Yes, its a good night, but this place is packed” ... ele “yes, so do you wanna go home with me? I mean, do you have any plans after this …?” …

Ele propõe-a irem para casa juntos, em puros segundos, chegam a um acordo … eu perplexo e pasmo com o que vejo, outras cenas que é ideal não descrever ... continuo com os olhos fixos neles, estouvado, e so volto a cair por terra quando o barman me traz as bebidas que havia solicitado. Com os meus ouvidos ainda la concentrados, ouço-o perguntar que carro ela conduzia, e ela a fazer o pedido de alcool para ambos. O resto é estória, so podemos advinhar.

Quando cheguei a casa, compartilhei esta estória com as minhas amigas e eles mostraram ter notado a presença acentuada de mulheres de certa idade.

Uma delas cuja mãe é solteira questionou o porquê de tal factor, e porquê outras mulheres (i.e. a mãe) não sentiam a necessidade de fazer aquilo, ou por outra porquê estas mulheres não actuavam como a sua mãe.

Nós (sociedade) tendemos a definir certas tarefas e atitudes como sendo mulherais (femininas) e outras como sendo reservadas para os machos.

Eu indago sobre o que está a causar este fluxo de caça aos jovens, e o fluxo de mulheres solteiras de certa idade.

- A emancipação feminina e consequente divorcio (digo empinam o nariz, o marido baza)
- A emancipação feminina e consequente solitudine (digo trabalham tanto que não arranjam tempo para relações, envelhecem, todo homem já casou e só restaram os jovens)
- A emancipação feminina e a adoção dp comportamento tradicional masculino (deixa o marido em casa ou não, e curte um bom tempo, afinal eu posso)
- Ou eu é que andava a dormir, isto já vinha acontencendo a muito tempo, mas a mulher agora tem mais força financeira e social para não mais esconder, afinal os homens também o fazem

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