Isto pode parecer uma repetição daquilo que a nossa querida Graça Machel disse - “Não somos nem nunca fomos um país pobre, somos sim um país empobrecido”.
Mas pretendo defender uma outra visão - nós não somos nem nunca fomos um país pobre, fazem-nos acreditar que somos.
Mesmo com muitos recursos naturais, uma imensidão de terra arrável com desejo de ser cultivada e uma capacidade intelectual dinamica, África e Moçambique acreditam-se pobres. Esta é a ingenuidade de um continente hipnotizado pela comparação com o Ocidente.
Saia de carro, conduza até uma vila e te aperceberás que aquele agricultor de subsistência já atingiu tudo que tu almejas atingir até sua aposentadoria. Com uma bicicleta, comida na mesa, amor familiar, o pôr do sol e a natureza ao seu redor. O que mais nós precisamos?!!!
Então, chega um individuo citadino e tenta convencer-lhe que ele é pobre, porquê? Porque não tem um laptop, uma mega-geleira LG, nunca subiu um elevador, os seus filhos não tem playstation 3 e nunca provaram de um bom milkshake. Porque o país nem tem um grande shopping mall para ajudar a combater a “pobresa absoluta” que a assola, porque os cidadãos não vestem-se com roupas de moda commo Gucci e as outras que o MC Roger nos exibi. Porque nós não conduzimos Range Rovers e Ferraris, enfim porque somos pobres.
Foi esta ideia que o Ocidente e o Oriente nos vendeu - enquanto vocês não comprarem do que é nosso, não tornarem-se consumistas, vocês condenam-se a pobreza absoluta.
A nossa pobreza é por comparação a items que nada adicionam a vida humana, até porque causam complicações a raça humana e ao universo - tal como o aquecimento global, cancro, colesterol, etc, etc.
A felicidade e riqueza são individuais, e não devem ser por comparação. Trabalhamos toda vida para atingir a riquesa com que nascemos. Não nos apercebemos que temos tudo que precisamos, então porque somos pobres?
A crise de mendicidade que assola as capitais provinciais Moçambicanas assenta-se nesta teoria, os meninos de rua foram convencidos por alguém que eles eram pobres e que em Maputo, Beira ou Nampula estava a solução divina, quase que profetizando um el-dorado Moçambicano. Estes miudos que não eram pobres arriscam-se as ruas, mendigam por uma vida fácil, mas uma vida pobre e humilhante.
Nós fomos endoctrinados a pensar que a vida nas cidades é fácil e ideal, moderna e recompensadora mas a verdade é que como consequência disso transformamo-nos de uma nação produtora em uma nação consumista.
Vamos juntos tirar proveito das muitas riquesas com que Deus e a natureza nos abençoaram. Vamos pensar em maneiras de consolidar os beneficios da vida citadina e de uma vida natural RICA.
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